sábado, 10 de novembro de 2007

Florianópolis, a Ilha da Magia


Sim, isso faz toda a diferença. Poucas coisas me atraem tanto quanto aquilo que não posso compreender, quando as palavras não bastam e o silêncio se faz mais presente. Mas desta vez, a magia se fez em palavras, em sons, apontando um caminho de paixão, verdade e beleza. Sim, Floripa é cheia de magia, mas o é de forma escancarada, sem meias palavras, assim como é escancaradamente linda.
Foi a minha primeira vez na ilha. Duas semanas de outubro e aquela sensação de ter passado bem um mês por lá.
Basicamente caminhei. Pelas ruas do Pantanal, da Carvoeira e da Trindade, às vezes com destino certo, às vezes a ermo perdida no que não conheço, mas que se fazia familiar em segundos; pelo campus da UFSC, em meio a verde, a sotaques, ao cheiro dos arbustos; caminhei pelas ruas do centro até me deparar com a Praça XV e sua Figueira - como explicá-la? é o mesmo que tentar explicar o gosto da tangerina, só provando - caminhei da Joaquina ao Campeche, em tarde cinzenta, com as gaivotas fugindo de mim, com o mar bravio com seus poucos surfistas; caminhei subindo as rochas à direita da praia Mole, até chegar longe, alto e lá de cima ver o dia ensolarado, a mata e o mar que se jogava aos nossos pés; caminhei pela Lagoa, debaixo de guarda-chuva, depois de Godard.
A foto é de Santo Antônio de Lisboa, bairro com casinhas tombadas, o tempo em slow motion e uma tonalidade de sépia. Indo lá, vale a pena dar uma esticada em Sambaqui, comer em um dos restaurantizinhos na beira do mar e ficar para um samba nos barracões de pesca domingo de tardinha (o samba não deu para mim, mas fonte segura me garantiu que vale à pena).
A vontade de morar em Floripa só foi reforçada: ter uma bicicleta, um quintal com horta e flores, uma vida simples, um consumo e alimentação conscientes, me dedicar à pesquisa, ao ensino e à extensão e contribuir para construir uma realidade mais digna, equânime. Ainda não foi dessa vez, mas quem sabe um dia.
Em Floripa, voltei a olhar para as estrelas, as de Mário Quintana. É ou não é magia!?!

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