terça-feira, 15 de julho de 2008

Tic tac



"Time - amor contra a passagem do tempo". E o que resiste a ele?

Sempre me assustou amar alguém, sofrer, acordar e dormir pensando em uma mesma pessoa e passado um tempo de separação serem quase estranhos.

De onde ele vem e para onde vai? O tal amor?

Se se trata apenas de reações químicas, tudo bem. Um belo dia seu organismo não responde mais àqueles estímulos da mesma forma: o organismo mudou, os estímulos também não são mais os mesmos, e, assim, o que era vital e indispensável torna-se lembrança - às vezes boa, às vezes má, mas só lembrança e bem-querer.

Agora, admitir que amor nada tem a ver com a alma, com os mistérios mais metafísicos... aí eu quero ver.

Só que essa luta do amor contra a passagem do tempo é só uma parte ínfima do que está realmente em jogo no filme (tanto que esse subtítulo foi inserido pela tradução, no original o filme é só "time").

É ele, o tempo, o grande personagem que nos atemoriza e persegue.
Roteiro, direção e produção de Kim Ki-Duk, cineasta coreano, mais conhecido aqui pelo seu "Primavera, verão, outono, inverso... e primavera".

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