domingo, 31 de agosto de 2008

Itamaracá


Continuando meus bordejos pelas praias pernambucanas, esse sábado conheci a ilha de Itamaracá.
Seguindo em direção ao litoral norte, num instantinho a gente chega. Primeiro Igarassu (canoa grande em tupi), com casario antigo, igrejas, mas nada que me impressionasse muito. Na verdade, o que mais chamou a atenção, infelizmente, foi a abordagem meio desagradável dos "guias" que queriam mostrar os prédios históricos e explicar coisas como o significado de Igarassu em tupi... ou ainda repetir do 30 em 30 segundos que lá foram filmadas cenas de "Lisbela e o Prisioneiro" e de Ferraço reencontrando as origens em "Duas Caras". Esse país... sei não.
Fugimos de lá o mais rápido possível, passamos por Itapissuma (pedra lisa) e atravessando a ponte chegamos em Itamaracá (pedra que canta).
Visita ao Forte Orange (praticamente abandonado... uma pena). E ficamos ali na praia em frente à Coroa do Avião. Não atravessamos. Novamente, ficamos de saco cheio da insistência, da forma como nos abordaram, enfim. Umas lanchinhas barulhentas que estragam visualmente e sonoramente aquele visual lindo, além de impedir que se nade com mais liberdade nas águas tranquilas de Itamaracá (e ainda tinha um jet-ski estraga-prazer por lá).
Mas o principal não faltou: sol, brisa, uma vista de cair o queixo, água de coco e um peixinho a um preço camarada.



Não encontrei a Ilha cantada por Lia, Lia de Itamaracá. Quem sabe de outra vez... Só encontrei a Ilha do descaso e da descaracterização de uma gente que perde cada vez mais um pouco de sua alma mariada.


Eu sou Lia [Ciranda de Lia]
(Paulinho da Viola)
Eu sou Lia da beira do mar

Morena queimada do sal e do sol
Da Ilha de Itamaracá
Quem conhece a Ilha de Itamaracá
Nas noites de liaPrateando o mar
Eu me chamo Lia e vivo por lá
Cirandando a vida na beira do mar
Cirandando a vida na beira do mar
Vejo o firmamento, vejo o mar sem fim
E a natureza ao redor de mim
Me criei cantando
Entre o céu e o mar
Nas praias da Ilha de Itamaracá
Nas praias da Ilha de Itamaracá

Também quem sabe volte para procurar pela Enseada dos Golfinhos, quem sabe... Tanta terra, tanto mar, tanta gente, tanta vida, e passamos rápido demais, de olhos e ouvidos cerrados, perdendo quase tudo e sendo quase nada. Itamaracá, quem sabe um dia volte e, aí sim, escute essa pedra cantar.








Informações sobre a Ilha retiradas do endereço http://www.portalilhadeitamaraca.com/


A Ilha de Itamaracá fica a 50 km de Recife. Surgiu em 1508 com o nome de Itamaracá, que é de origem indígena e que significa pedra que canta. Em 1540, o povoado foi elevado à vila tendo sua sede em Pilar, que também se tornou vila, em 1831.
Um dos seus principais marcos é o Forte Orange que está localizado na entrada sul do canal de Santa Cruz. Foi construído pelos holandeses após terem invadido a ilha em 1631.
No final do século XVII, quando a ilha já estava ocupada pelos portugueses, o Orange passou a se chamar Fortaleza de Santa Cruz. Era construído de taipa de pilão, mas no século XVIII foi revestido com pedra e cal pelos portugueses. O estilo holandês do Orange foi conservado com seus quatro baluartes, mas um brasão português foi colocado na sua porta de entrada. Hoje, o Forte continua a ser chamado Orange e é a principal atração da ilha sendo aberto para visitação.
Ilha Coroa de Avião está localizada nas proximidades da divida do estado com a Paraíba. Possui 500 x 100 m, que é o bastante para abrigar uma paisagem exuberante e um lindo pôr-do-sol. Em baixa maré, é possível caminhar até a praia do Mangue Seco. Quando a maré sobe, os barcos navegam tranquilamente em torno da ilha.
A Vila Velha é outro ponto de parada. É a sede da antiga capitania de Itamaracá onde permanece ainda hoje a Igreja Nossa Senhora da Conceição, os mirantes e os casarios de época
Enseada dos Golfinhos, é um local super tranqüilo onde o mar calmo e de água morna propicia um tranqüilo banho. É rodeado por manguezais e coqueiros que trazem mais tranqüilidade e harmonia ao lugar.
O Pontal de Jaguaribe, é de uma beleza e tanto, mas é tido como águas perigosas. A erosão marinha e o desembocar do rio Jaguaribe traz incertezas quanto a entrada de pessoas no local. Se há incerteza, o melhor é não arriscar.
A Praia do Pilar é um ótimo lugar, mas só pode ser apreciado na maré baixa. Quando a maré sobe, sobra apenas uma pequena e estreita faixa de areia que torna a praia imprópria para seu uso.
Centro Mamíferos Aquáticos\IBAMA criado em 1998 para pesquisas de novos mamíferos aquáticos está presente na ilha desde 1980 quando avaliava a situação do peixe-boi no Brasil.
Hoje, além de preocupar-se com o peixe-boi, o Centro reabilita filhotes órfãos e os reintroduzem em seu habitat natural. Também auxiliam na reprodução e no nascimento de filhotes em cativeiro para introduzí-los em seu habitat. A partir deste, o Centro Mamíferos Aquáticos registrou o primeiro nascimento de peixe-bois gêmeos da América Latina.

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